
MESTRES HOMENAGEADOS

Dona Ramalho
MESTRA DAS PLANTAS MEDICINAIS
Paraibana, da cidade de Vertente Teixeira, dona Ramalho se diz livre e não temer nada. Foi criada pela avó, e com alimentação e remédios naturais. Em 1992, em Amarante, iniciou uma trajetória no MOPS – Movimento Popular de Saúde, movimento existente em várias regiões brasileiras, que possui duas frentes de trabalho, sendo uma delas, o resgate da medicina tradicional deixada para nós, pelos negros e indígenas, medicina extraída das plantinhas, sementes, folhas, raízes e flores. A outra frente tem a ver com a participação nos ambientes, como as Conferências de Saúde, que discutem as políticas públicas, e por meio destas discussões surgem contribuições para a formulação do SUS-Sistema Único de Saúde.O movimento trata da saúde em vários campos, como alimentação, remédios, transporte urbano, educação, uma vez que, a palavra “saúde”, perpassa por todos os campos dos direitos humanos.
“Se a saúde está precária veja o porque
Chegam as verbas mais ninguém ver”.
Mestra Ramalho afirma que: “aprendi o que jamais imaginei aprender no movimento. Aprendi o que nenhuma universidade poderia me ensinar. O MOPS é a escola da vida. Aprendi coisas que eu jamais pensei aprender e outras coisas, que eu sabia e não sabia que sabia. E quem é do MOPS aprende a apreciar, a participar, a defender e a encarnar todo o tipo de movimento, todo o tipo de cultura e religião.
Minha avó tinha um quintal de plantas e eu que aguava. Com ela aprendi muitas coisas. Aprendi também com os livros. E aprender, nos coloca em risco, porque conhecendo a gente quer mudar, quer lutar. Os remédios que faço, faço com consciência. Eu, meus filhos e netos somos as “cobaias” dos remédios que faço. Somos seres “naturais”. Então, porque não nos curarmos de maneira natural? Além de tudo é mais barato e mais seguro para a saúde aprender a fazer seu próprio remédio.”
“Eu vou por ai com meu canto
Abrindo estradas quebrando encantos."