
Este projeto foi contemplado pelo PRÊMIO FUNARTE CAIXA CAREQUINHA DE ESTÍMULO AO CIRCO”





Carequinha
Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo
O que é
O Prêmio Carequinha tem como objetivo promover, mediante seleção, a concessão de prêmios que tenham como objetivo o apoio, parcial ou integral, a circos, companhias, empresas, trupes ou grupos circenses, por meio da destinação de recursos que viabilizem projetos de artes circenses nas diversas regiões do país.
Principais atividades
Aquisição de lonas e equipamentos – destinado a circos de lona itinerantes contempla projetos que visam a aquisição de lonas, equipamentos, criação/renovação de espetáculos ou sua circulação.
Produção e circulação de espetáculos – destinado às trupes, grupos circenses e aos chamados circos de pano de roda, visa o apoio à criação ou renovação do espetáculo de repertório do grupo, assim como a sua circulação, além de atender ainda a projetos de criação ou experimentação de aparelhos e números inéditos.
Pesquisa – apoio a pesquisa para a produção de textos teóricos ou históricos sobre a arte circense, assim como levantamento iconográfico ou audiovisual, trabalhos de registro, documentação, organização de acervos, publicações ou criação de biblioteca sobre a área de circo.
Formação – apoio a centros de formação e organizações que notadamente desenvolvem ações de ensino-aprendizagem em circo, com foco na formação artística e/ou na apropriação da cultura e das artes circenses como intervenção sociocultural.
Como participar
Por meio de edital público de seleção.
George Savalla Gomes: o palhaço Carequinha

Quando pensamos em circo no Brasil, fica impossível não lembrar da figura encantadora e engraçada do palhaço Carequinha, ídolo durante décadas da criançada obediente. Carequinha nasceu George Savalla Gomes, no dia 18 de julho de 1915, na cidade de Rio Bonito, no estado do Rio de Janeiro. Este fluminense, filho dos trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes, teve a sina de nascer no circo, berço da história de vida daquele que chegou a ser considerado o melhor palhaço do mundo.
Reza a lenda, contada por ele mesmo nas entrevistas ao longo de sua carreira, que sua mãe sentiu as contrações do parto enquanto caminhava no arame, em pleno picadeiro. Levada às pressas para as barracas que serviam de camarim, Elisa deu à luz o filho nos bastidores do Circo Peruano, pertencente a José Rosa Savalla, avô materno de George que, com 2 anos, perdeu o pai e foi criado pelo padrasto Ozório Portilho que o encaminhou para a profissão de palhaço.
Quando George tinha 5 anos, Portilho colocou uma careca postiça em sua pequena cabeça e disse: “Você será o palhaço Carequinha”. Este foi o ponto de partida de um dos maiores mitos mundiais das artes circenses. Com sua maneira peculiar de fazer rir, Carequinha aos poucos foi conquistando o coração das pessoas com bordões já imortalizados como: “Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! E o palhaço, o que é? É ladrão de mulher!”.Criou o tradicional “Tá certo ou não tá, garotada?”, que era respondido sempre com um empolgante “Táááááá!”, em uníssono.
Aliás, as crianças caíram definitivamente nas graças de Carequinha quando ele se tornou o primeiro palhaço a ter um programa – o Circo Bombril, que ficou no ar de 1951 a 1964, na extinta TV Tupi no Rio de Janeiro – junto com os parceiros Fred, Zumbi, Meio-Quilo e outros. Carequinha inovou o conceito do palhaço no circo mundial. Tratado anteriormente como bobo, ingênuo e imaturo, o palhaço, na sua interpretação, ganhou novos ares: “Fiz uma nova escola. Antes de mim, o palhaço levava farinha na cara, era o bobo, só apanhava. Eu fiz o palhaço-herói, modifiquei o estilo. A intenção era fazer do palhaço um ídolo, e não um mártir”.Em 1964 recebeu na Itália a medalha de ouro de Palhaço Moderno do Mundo. Devido ao seu sucesso, Carequinha ficou famoso entre os presidentes brasileiros e tornou-se amigo de Juscelino Kubitschek. Na década de 80, apresentou O Circo Alegre, na TV Manchete, programa que antecedeu O Clube da Criança, de Xuxa Meneghel. Em 2001 atuou na Escolinha do Professor Raimundo, da Rede Globo. Gravou 27 LPs e participou de cinco filmes.
Foi um lutador na área circense, sempre citando em suas entrevistas a necessidade da ajuda do Governo para a preservação do circo no Brasil. Por ironia do destino, não conseguiu que nenhum dos filhos o seguisse na profissão. Isto o fez cumprir a promessa de trabalhar até morrer. Carequinha faleceu aos 90 anos, no dia 5 de abril de 2006, no município de São Gonçalo (RJ), em decorrência de problemas cardíacos. Ao conceder uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2001, Carequinha declarou: “O palhaço típico, aquele que nasce com o dom, morre comigo”.
Por Fabrício Lima
FONTE: http://www.funarte.gov.br/circo/george-savalla-gomes-o-palhaco-carequinha/

BIOGRAFIA
Carequinha nasceu numa família circense, na cidade de Rio Bonito, interior do estado do Rio de Janeiro. Seus pais eram os trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes (George literalmente nasceu no circo, pois sua mãe grávida estava fazendo performance de trapézio quando entrou em trabalho de parto em pleno picadeiro). Deu início à sua carreira como palhaço Carequinha aos cinco anos de idade, no circo de sua família, quando este estava em apresentação em Carangola, cidade do interior do estado de Minas Gerais. Aos doze era palhaço oficial do Circo Ocidental, pertencente ao seu padrasto.
Em 1938, estreou como cantor na Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro, no programa Picolino.
Já na televisão brasileira teve como marco o fato de ter sido o primeiro palhaço a ter um programa, o "Circo Bombril" (posteriormente rebatizado "Circo do Carequinha"), programa que comandou por 16 anos na TV Tupi nas décadas de 1950 e 1960.
Ainda nos anos 1960, num dia de domingo, Carequinha fez um programa na TV Piratini de Porto Alegre. O produtor do programa o abordou dizendo "os gaúchos conhecem o Carequinha devido ao programa do Rio de Janeiro transmitido em rede. Mas eles querem você ao vivo aqui no Rio Grande do Sul. Queremos fazer seus programas todos os domingos", afirmou. Carequinha, então, entrou em contato com um empresário chamado Nelson e depois do encerramento de cada programa dominical, às 16h, saía para as mais diversas cidades gaúchas, como Caxias do Sul, São Leopoldo, Uruguaiana e até Rivera, no Uruguai, para apresentar o seu circo até terça- feira, quando retornava para o Rio de Janeiro, a realizar o seu programa na TV Tupi, nas quintas-feiras. Aos sábados, apresentava o seu circo na TV Curitiba.
Assim, era comum no final do programa anúncios como "Alô garotada de Uruguaiana, Carequinha e o seu circo estarão aí…". O palhaço e a sua troupe (Fred, Zumbi, Meio Quilo e cia.) costumavam se hospedar em Porto Alegre no antigo Hotel Majestic, hoje a Casa de Cultura Mário Quintana. O vendedor e representante da Copacabana Discos (gravadora do Carequinha) em Porto Alegre, o Jajá (Jairo Juliano), foi convidado por Carequinha a ser o apresentador do seu programa nessa época.
Carequinha também apresentou o seu circo na TV Gaúcha, que foi o embrião da Rede Brasil Sul de Comunicações (RBS) e finalmente, na TV Difusora (pioneira na transmissão ao vivo de um evento nacional em cores: A Festa da Uva, 1972) anunciando os desenhos animados da garotada, além de apresentar nas tardes de sábado o programa americano "O Circo".
Vale destacar que Carequinha, participante do início da TV Tupi – Rio, também estava no estágio final da citada televisão com o programa local, "O Circo do Carequinha".
Em 1976 o cineasta Roberto Machado Junior fez um documentário sobre Carequinha que teve o próprio palhaço como autor do roteiro.
Nos anos 1980, apresentou um programa infantil chamado Circo Alegre, na extinta TV Manchete. O Circo Alegre tinha a assistência da ajudante Paulinha e das professoras da Escola de Dança Sininho de Ouro, de Niterói (RJ). Na TV Manchete, ele gravava um programa de oito horas por dia para uma semana inteira e a empresária Marlene Mattos era a sua assessora. Após dois anos e meio de "Circo Alegre", com a saída de Carequinha, as características fundamentais do seu programa foram incorporados pelo de Xuxa, O "Clube da Criança". "Eu inventei essas brincadeiras com crianças, tão comuns hoje nos programas infantis. Eu as pegava para dar cambalhota, rodar bambolê, calçar sapatos, vestir paletó primeiro, brincadeiras com maçã e furar bolas", conta o palhaço.
Na Globo, participou do programa Escolinha do Professor Raimundo e da novela As Três Marias.
Seu último trabalho na televisão foi na Rede Globo, com uma participação na minissérie Hoje é dia de Maria em 2005.
Aos noventa anos, o artista morreu em sua casa em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada, ele queixou-se de falta de ar e dores no peito, e morreu antes de receber atendimento médico. Foi enterrado no dia seguinte, no cemitério de São Miguel, na mesma cidade. Seu terno colorido, com o qual sempre se apresentava em seus espetáculos, foi também posto no caixão e assim enterrado juntamente com o corpo do artista. O local tem grande valor simbólico, neste cemitério estão a maior parte das 400 vítimas de um incidente de um circo ocorrido em 1961, na cidade de Niterói - o incêndio no Gran Circus Norte Americano.

Durante anos, o artista expressou publicamente (em entrevistas para jornais e para a televisão) sua intenção de ser enterrado com a cara pintada - segundo ele, para "alegrar os mortos". Seu desejo não foi atendido pela família, que exigiu que ele fosse enterrado com a cara limpa. No entanto, permitiram que ele fosse sepultado vestindo uma roupa de palhaço.
ATUAÇÃO
Carequinha agitava a criançada com seu bordão "Tá certo ou não tá?". Por várias gerações levou alegria a milhões de espectadores. Ainda ativo, no alto dos seus noventa anos, continuava alegrando e educando com suas músicas. Natural da cidade de Rio Bonito, Rio de Janeiro, residia na cidade de São Gonçalo, também no estado do Rio. Iniciou sua carreira com cinco anos de idade e atuou em diversos circos nacionais e internacionais.
Carequinha foi o primeiro artista circense a fazer sucesso na televisão, sendo pioneiro (no Brasil) no formato de programas infantis de auditório que até hoje fazem sucesso.
Gravou 26 discos, fez filmes e colocou sua marca em diversos produtos infantis.
Seu vasto repertório musical, quase integralmente formado por cantigas de roda, constitui hoje, clássicos da música infanto-juvenil, folclórica e carnavalesca. Dentre elas, destacam-se "Sapo Cururu", "Marcha Soldado", "Escravos de Jó", "Samba Lelê", e dezenas de outros.
Gosto daqui. E, além do mais, moro perto do cemitério. Quando eu morrer não vou dar trabalho a ninguém. Vou a pé para lá
—Carequinha
O palhaço Carequinha é considerado por muitos como um patrimônio da cultura brasileira. Suas músicas estiveram sempre entre os maiores sucessos muito no carnaval, como "Garota Travessa", "Carnaval JK", "O bom menino" (aquele que "não faz xixi na cama"), e tantas outras.
Carequinha atravessou várias gerações como ídolo infantil. Apresentou-se para vários presidentes, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, passando pelos generais do regime militar e recebendo condecoração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

FILMOGRAFIA
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2005 Hoje É Dia de Maria 2 - programa de TV
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1990 Escolinha do Professor Raimundo - programa de TV
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1980 As Três Marias - programa de TV
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1960 O Palhaço O Que É?
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1960 Vem a Alegria
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1958 É de Chuá!
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1957 Com Jeito Vai
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1957 Sherlock de Araque
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1956 Com Água na Boca
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1956 Sai de Baixo
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carequinha_(palhaço)
Saiba mais sobre George Savalla Gomes, o palhaço Carequinha:
TORRES, Antônio. O Circo no Brasil. Rio de Janeiro: Funarte; São Paulo: Atração, 1998.
CARVALHO, Raimundo. Circo Universal. Belo Horizonte: Dimensão, 2000.
CASTRO, Alice Viveiros de. O Elogio da Bobagem: Palhaços no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos, 2005.
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